Representantes de escolas particulares de Salvador defenderam, durante reunião com a Secretaria da Educação do Estado e com o Conselho Estadual de Educação (CEE), o retorno às aulas na segunda quinzena de junho. Porém, de acordo com o presidente do CEE, Paulo Gabriel Nacif, ainda que o canal de diálogo para a elaboração de um plano de retorno tenha sido aberto, o CEE não trabalha com datas no momento.
"Há uma determinação muito firme, tanto do governo estadual, quanto do governo municipal em confirmar os dados epidemiológicos antes de qualquer decisão. Criamos uma comissão que vai apresentar ainda em maio com normas complementares que abrangem, inclusive, orientações para o retorno. Mas nós não estamos trabalhando com datas", Nacif.
Entre outras sugestões apresentadas pelos representante do Grupo pela Valorização da Educação (GVE) - coletivo que reúne 61 escolas particulares de Salvador, Lauro de Freitas e de outros municípios - estão também a extensão do calendário do ano letivo para janeiro e a montagem de protocolo de retorno, em que as escolas garantiriam a distribuição de máscaras, álcool em gel e medição de temperatura.
"A depender da situação que a gente volte, outra proposta é implementar um sistema de rodízio na volta às aulas para todas as turmas desde a educação infantil ao ensino médio, como por exemplo, um grupo de alunos com aulas em determinados dias ou semana revezando com outras turmas. Com esse modelo seria mantido o ensino online ainda e adotaríamos o ensino híbrido", afirmou um dos representantes do GVE e diretor do Colégio Perfil, em Lauro de Freitas, Wilson Abdon.
Para o secretário de educação do estado, Jerônimo Rodrigues, é importante buscar esse diálogo de aproximação com as escolas do setor privado. "Queremos contribuir para que haja uma boa qualidade do ensino, mas também sabemos dos problemas financeiros que esta situação pode resultar para as instituições e, também, para as famílias dos estudantes. No Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) esta é uma preocupação recorrente de todos os estados e pretendemos aprofundar ações que busquem saídas para esta paralisação", destacou.
As aulas em todo estado estão suspensas desde o dia 18 de março. A decisão de como e quando será este retorno fica a cargo do Conselho Estadual de Educação com base nas orientações do governo, conforme prevê a legislação. O presidente do CEE, Paulo Gabriel Nacif, destacou ainda que as escolas demonstraram durante a reunião a preocupação com a orientação dos pais, o trabalho que estão desenvolvendo, a sustentabilidade financeira e manutenção dos empregos.
"As escolas pediram o nosso apoio para ajudar a divulgar a importância de manter a corrente de ensino aprendizagem nesse período. É lógico que nós consideramos todas estas dimensões, principalmente, quando autorizamos as atividades remotas, apesar de não chamarmos de Ensino à Distância, e a possibilidade de contar estas atividades como dias letivos. Entrar janeiro, fevereiro com estas aulas, no ponto de vista do conselho, não será um problema. Agora nós vamos estimular ao máximo possível as atividades presenciais no pós-pandemia", diz. Nacif afirmou que as escolas serão fiscalizadas e devem encaminhar ao CEE, um plano tanto de atividade remota como também de atividades presenciais no pós-pandemia.
Os representantes do Grupo pela Valorização da Educação (GVE) participaram também de uma vídeo conferência com o prefeito ACM Neto e o secretário municipal de educação, Bruno Barral. No encontro, o GVE levou a mesma sugestão que trouxe para a reunião com o conselho e a secretaria estadual de iniciar o retorno as aulas pelo grupo de educação infantil.
"Estamos tentando alinhar estas ações. Mantivemos esta proposta devido a preocupação cada vez maior com o aumento das taxas de cancelamento de matrículas, sobretudo, nas escolas de educação infantil. Queremos evitar que estas escolas sejam fechadas, principalmente as escolas de bairro", analisou o representante do GVE, Wilson Abdon.
Fonte: Correio on-line
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